“Bem, assim como o Rodrigo, sou por assim dizer descendente direto dos Amaros da Silveira, e por ambos os ados, embora não tenha credenciais para garantir nenhum tipo de parentesco ou seqüência linhagística. Isso porque só muito tardiamente me aventurei no fascínio da genealogia. Em suma, tudo (ou quase tudo) o que sei está nos livros guardados na minha estante. A linhagem que apresento acima, p. ex., eu a retirei de “História do Herval”, mas devo dizer, já nesse ponto, respondendo a uma pergunta de Martin a Nelson e a João, que o livro referido, da autoria de Manuel da Costa Medeiros, traz equívocos. Bem, assim atestei pelo cotejo de seus dados com os de Rheingantz ou os de Moacyr Domingues, em seu “Portugueses no Uruguay”, p. ex., sem contar aquelas informações que para meus pais, hoje com mais de 70 anos, mas suficientemente seguros da memória, soam discrepantes.

Deve explicar essa falta de precisão nos registros a declaração que faz o autor na p. 21 de sua obra:

“As fontes onde se vão abeberar os cultores da História são — a filologia, a paleografia, as trovas populares, a literatura, os documentos oficiais e a tradição. De todas elas, para quem considera acontecimentos ocorridos numa localidade ou pretende escrever a história de uma região cujos primórdios não se perdem na noite dos tempos e’, sem a menor dúvida , a mais importante a tradição. Os documentos oficiais são, o mais das vezes, escritos para encobrirem e não para esclarecer a verdade. [...]

"Este livro é quase exclusivamente fundamentado nessa base, que eu considero a mais sólida. Ouvindo, na infância, a meus pais e outros parentes, na mocidade, a quantos soubessem algo do Herval, combinando todas essas informações verbais com as histórias, depois de longo meditar, cheguei a julgar-me capaz de trazer a lume um passado que remonta a cento e cinqüenta anos...” (O autor faleceu em 1931.)”

Primo, fabiani@editoravida.com.br, Septiembre 2002: