Web Family Cards - Person Sheet
Web Family Cards - Person Sheet
NameAusenda Guterrez
Spouses
Birth Datebef 923
Death DateJan 950 Age: 27
Death PlaceLeon, España
OccupationRey de Leon, Asturias y Galicia
ChildrenOrdoño III (-955)
Notes for Ausenda Guterrez
O Adosina

Mais detalhes. Em resumo, a lenda nos conta que Ramiro II trai a mulher, Aldara, com uma moura, Zara ou Ortega, de família nobre‹é descendente dos Omíadas de Córdova, parentes do próprio Profeta do Islã. Aldara vinga-se traindo Ramiro com o mouro, e é morta por isso. Ramiro II sai sem punições ou penas, e se casa com a moura Ortega, de quem deixa um filho, Dom Alboazar Ramires.
http://newsarch.rootsweb.com/th/read/BRAZIL/1999-10/0941265613

Ausenda Guterres, a princesa que Ramiro II repudiou.

Ramiro II teve por primeira mulher a Ausenda Guterres, filha do conde Guterre Osores, e neta materna de Hermenegildo Guterres, o presor de Coimbra que nos guiou à história da princesa da Armênia. Tiveram quatro filhos: Bermudo, que morre adolescente; Ordonho, depois rei Ordonho III de Leão, e mais dois que desaparecem da história. O casamento dura uns dez anos; pois Ausenda Guterres é repudiada por volta de 930, e some. Ramiro volta a se casar ainda duas vezes, com uma infanta de Navarra e com uma certa Urraca, ou Teresa.
Por que foi repudiada Ausenda Guterres? Não por infertilidade. A lenda do Rei Ramiro nos sugere‹que Ausenda Guterres, grande senhora, filha e neta de magnatas, haja traído o rei.
Se narrativas lendárias são como sonhos, nelas então ocorrem inversões e mecanismos compensatórios. Ramiro II trai Aldara, sua mulher na lenda. Ela dá o troco, e é punida. E se esta sentença refletir, com sinal contrário, o que de fato aconteceu? Ramiro II traído pela mulher, Ausenda?
----------
O que aconteceu, na história, no concreto, nunca vamos saber certo. Mas o seguinte cenário‹cenário, deixo claro‹parece explicar a narrativa lendária. Ausenda, rainha de Leão e mulher de Ramiro II, comete adultério. É, por isso, repudiada. (Não deve ter sido morta; sua família era poderosa demais.) Do filho adulterino, Lovesendo (compare-se a desinência participial, Ausenda, Lovesendo), que se casa com a filha de Zahadon, nasce Abunazar Lovesendes, primeiro senhor das terras da Maia.

Razão da lenda.

Para que a lenda? Para mascarar as origens adulterinas e heréticas de uma família tque será ão poderosa. Cujos descendentes, muitissimamente numerosos hoje em dia, todos compartilham, inda que muito, muito longe, do sangue dos Omíadas e de seu parentesco ao Profeta do Islã.
============================================================
Francisco Antonio Doria
Prix Caumont-La Force 1995
(Conféderation Internationale de Généalogie et d'Héraldique.)
Full member, Brazilian College of Genealogists (CBG)
fadoria@rio.com.br
Notes for Ramiro II (Spouse 1)
http://newsarch.rootsweb.com/th/read/BRAZIL/1999-10/0941265613

A Lenda do Rei Ramiro

A lenda do rei Ramiro, ou lenda da Miragaia, ou lenda da família da Maia, conta a história das origens de uma família de infanções (nobres de baixa hierarquia) cujas terras situavam-se nos entornos do Porto. Foram os padroeiros do mosteiro de Santo Tirso de Ribadave, fundado em 978 pelo primeiro ancestral certo dessa família, um moçárabe (isto é, árabe cristianizado), Abunazar (Abu-nazir) Lovesendes.
Na lenda o infanção Abunazar torna-se no infante Dom Alboazar Ramires, filho, que não o foi, de Ramiro II, rei de Leão.

O do. D. Ramiro roubou D. Ortiga, irmãa de Alboazar Abuzadão Sr. de Gaya the Santarem, e bisneta de [rei] Aboali a qual pela sua rara formozura obrigou ao do. Rey D. Ramiro a pedilla pa. cazar com ella, q lhe foi negada, dizendo-lhe Alboazar q a ley dos Christaons não premetia ter mais q hua mulher de q resultou o do. roubo, e sentido Alboazar do dito roubo sabendo onde D. Ramiro tinha deixado sua molher em q.to se devertia com D. Ortiga a foi tãobem Roubar, e levou para Gaya, e o q sabendo o Rey D. Ramiro, cobrio as suas fragatas de pano verde, e se veyo meter sem ser percebido em S. João da Foz q entam tinha muytos arvoredos, e pella sua industria se meteo no Palacio [de Alboazar] e fallou com sua mulher pa. ver como a havia de tirar do poder de Alboazar deixanbo ordem aa sua escolta pa. q ouvindo tocar uma corneta q levou lhe acudissem, e como sua m.er allem de queixosa estava namorada de Alboazar o fichou em Caza pa. o entregar a a morte, de q escapou dizendo [Rei Ramiro] a!
Alboazar q hia ali pagar seu pecado, e roubo de sua irmãa, mas q o seu comfessor lhe dissera q pa. ser perdoado o do. seu crime havia de morrer afrontozam.te diante do povo a tocar em aquella corneta the arrebentar, no q conveyo Alboazar, para o q lhe mandou fazer hum poste no meyo da Praça alto, e delle se poz a tocar a cujo toque acodindo a sua gente matarão todos os Mouros e trocerão a Raynha, q mandou D. Ramiro atar a hua moo, e lançar no Rio, e dipois recebeu D. Ortuga, de q teve o infante D. Alboazar Ramires.

Outras variantes dizem que D. Ortiga, ou Ortega (isto é, urtiga), chamava-se Zara antes do batismo. A lenda é fascinante, porque Ramiro II (c. 900-951) foi rei de Portugal, entre 920 e 930, e depois de Leão, e é personagem atestadíssimo. E rei Aboali é, com certeza, Abdallah, emir de Córdova (844-912; ascendeu ao emirado em 888). Isso tudo, no prólogo à genealogia dos Coelhos, em nosso autor setecentista, Gayo. Que mais nos diz no começo da história dos da Maia:

O Livro das Linhagens do Conde D. Po. [Pedro] principia esta familia em D. Ramiro 2o. de Leãm q roubando hua Moura q poz o nome no batismo Ortiga irmãa de Albuaçar Albocadão Sr. da terra de Gaya a the Santarem, e filha de D. Çadãoçada, e bisneta de El Rey Aboali, com a qual D. Ortiga cazou dipois da morte de sua m.er...

Mais detalhes. Em resumo, a lenda nos conta que Ramiro II trai a mulher, Aldara, com uma moura, Zara ou Ortega, de família nobre‹é descendente dos Omíadas de Córdova, parentes do próprio Profeta do Islã. Aldara vinga-se traindo Ramiro com o mouro, e é morta por isso. Ramiro II sai sem punições ou penas, e se casa com a moura Ortega, de quem deixa um filho, Dom Alboazar Ramires.
Last Modified 23 Nov 2002Created 3 Dec 2018 © Martin Romano Garcia, Asuncion.
diciembre 2018
© Martin Romano Garcia, Asuncion, enero 2000 - diciembre 2018