http://www.ceha-madeira.net/livros/cap12.htmJoão Gonçalves Zarco casou-se com Constança Rodrigues de Sa.
Descobridor da Ilha da Madeira e seu 1o.Governador e Donatário ( 1419). Chefe de linhagem em 1460.
He o tempo o que faz calificadas as familias, porem nos annos se confundem as memorias: nacerão em Espanha tarde as letras, porque foi teatro sempre das armas, e posto que sejão estas ordinariamente as que dão principio á nobreza, como lhes faltão escriptores, se ficão sepultadas nas acções. Poucas das que se obram antes do século XII tiveram a fortuna de serem confuzamente lembradas; sabemos que ouve Viriatoz e Sertorioz, ou porque o dicerão os romanos ou porque mais felismente se concervaram gravadoz os seus nomes naquellas breves inscripções a que perdoou o tempo; de outros muitos nem dicerão as pedras, nem se conservou nos bronzes. Esta disgraça seguio a familia dos Zarcoz tal vez porque o seu fim desse nobilissimo principio ao Apelido de Camaras: hum e outro lhe deu este grande Heroe, cujo sangue se vivifica nas veyas da mais elevada nobreza destes Reynos.
Mas nada menos do que hum Reyno foi a patria de João Gonçalves Zarco varao mayor que o seu nome por mais que o fizesem grande as suas acções. Duvidouse aparte de Portugal em que nacera, por não caber em todo elle hum coração tão dilatado, que acrecentou dominioz á patria, onde coubese parte da sua vida, ja dilatada na Africa, e na Europa: cuja elevação de espiritos não so deveo ao illustre do sangue como tambem a escolla em que aprendeu, na Caza do Infante D. Henrique; a que chamarão Seminario do valor e da virtude, João de Barros, e Manoel de Faria e Souza; os quais afirmão, que se achara com o mesmo Infante na tomada de Ceuta, onde no de 25 de Agosto do anno de 1415 o armara Cavaleyro de sua mão o que tambem o Chronista del Rey D. João I., na Chronica impreça por D. Rodrigo da Cunha. Dalli se cre que fora o primeiro que introduzira no mar o uzo da artilharia, como escreve o Poeta de Guimaraes:
Bem he verdade, que este, o Lusitano
Primeiro foi no Mar, com nome eterno,
que uzou da dura fruta de vulcano
E o salitrado aljofre do Inferno;
Com quem fez aos imigos tanto dano,
E adquirio tanta fama no governo,
Que emquanto Cinthio der rayos ao mundo
Será seu nome em gloria sem segundo.
Repetindo que era rifão entre o vulgo de toda a Andalusia:
Que el Zarco los cañones que trahia
Afrentavan al Mar quando enojado,
Pues mostravan con sus pelotas solas
Seren más bravos, que del Mar las olas.
http://www.ceha-madeira.net/livros/cap132.htmCamaras: Procedem de João Gonçalves Zarco, descubridor, e I. Capitão do Funchal; aquem El Rey D. Afonso V. deu o apelido de Camara de Lobos, com armas proprias, estando em Sanctarem, no mes de Julho de 1460., dizendo no Brazão dellas, que havia respeito aos serviços que fizera ja El Rey seu Pay, e Avoz, na tomada de Ceuta. A Aluzão das ditas armas e apelido, deixamos ja referido em outro lugar. Faleceu no anno de 1467., deixando de sua mulher, Constança Rodrigues de Saa ou de Almeida, tão prolifera, e illustre descendencia, que rara sará a Caza titular, ou das primeiras deste Reyno, que o não contem por Avou, entre seus grandes progenitores; das quais se contão muitas, por baronia seus descendentes; produzindo varões insignes em todo o genero de virtudes.
http://www.interativa.org/annes/annes5.htmSegundo o historiador Mascarenhas Barreto, em "Critovão Colombo, Agente Secreto do Rei Dom João ll, Zargo era filho de Gonçalo (Esteves) Arco e de Beatriz Afonso e era de "ascendência Hebréia" , isto é, cristão novo ou "marrano", ( judeu que foi batizado pela pressão da inquisição, ou expontaneamente ). Beatriz era filha de João Afonso. A avó não é citada.
Zarco governou a Capitania de Funchal na Ilha da Madeira quarenta anos. Teve sete filhos, sendo quatro mulheres (vide sua esposa Constança Rodrigues de Almeida de Sá) . Viveu de 1394 até 1467, setenta e três anos. Para a época, "avançada idade".
Zarco, no Dicionario Etimológico de Nomes e Sobrenomes, do Prof. Rosário Farani Mansur Guerios, Edit. Ave Maria Ltda, 1973, pg. 121, significa: "que tem olhos azuis, ou garços".
Era João Gonçalves Zargo natural da vila de Matozinhos. D. Afonso V lhe enviou à Ilha da Madeira quatro fidalgos para que se casassem com as quatro filhas de Zargo: "Ahi vos mando quatro fidalgos para casardes vossas quatro filhas, que se vos os datarei a elles segundo suas qualidades, eu vos haverei por muito honrado, e a elles por bem dotados, etc..." Morreu o cap. João Gonçalves Zargo em avançada idade em 1467, em Funchal, tendo sido enterrado na Igreja de N.S.da Conceição, posteriormente tranformada no convento de freiras de S.Clara, igreja esta que fora mandada construir por ele, para que nela fosse enterrado.
Recebeu do rei, também, brazão de armas e na mesma ocasião o rei ampliou-lhe a mercê, acrescentando aos seus nomes o "da Câmara de Lobos" derivado de uma gruta achada por Zargo, logo ao descer em terra, gruta de lobos marinhos. A criação da Freguezia de Câmara de Lobos e edificação da Capela do Espírito Santo se deu em 1430. O apelido Lobos foi desaparecendo, conservando-se o "Câmara". Este nome continua usado por enorme descendência.
Ver
http://pt.wikipedia.org/wiki/Porto_Moniz Não se sabe a época precisa em que começou a sua primitiva colonização, mas não deve ter sido muito posteriormente ao princípio do terceiro quartel do
século XV.
Francisco Moniz, o Velho, é dado como um dos seus mais antigos povoadores, devendo, porém, entender-se que foi ele um dos primeiros que ali teve terras de sesmaria e o primeiro que neste lugar constituiu um núcleo importante de moradores com a fazenda povoada que estabeleceu e com a capela adjunta que fundou.
Francisco Moniz era de ascendência nobre e natural do Algarve, dizendo alguns linhagistas que casara nesta ilha com Filipa da Câmara, filha de Garcia Rodrigues da Câmara, que era filho natural do descobridor
João Gonçalves Zarco, o comandante de
barcas que descobriu a ilha do
Porto Santo (
1418), com
Tristão Vaz Teixeira; depois a ilha da Madeira, com
Bartolomeu Perestrelo (
1419)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Frente_de_Libertação_do_Arquipélago_da_Madeira